O principal tema do livro de Colossenses é a importância de Jesus Cristo. No capítulo 1, Paulo escreveu sobre ele: (Colossenses 1:15-18) “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as cousas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia”. Cristo é tudo. Ele é nosso Senhor. A meta central e esperança do evangelho é que Cristo viva em nós (1:27).
No capítulo 2, Paulo mostra que a grandeza de Cristo é exclusiva. Todos os tesouros de sabedoria e de conhecimento estão em Cristo (2:3). Não há nenhuma verdade ou entendimento fora dele. A plenitude da divindade está em Cristo (2:9). Não há nenhuma parte da natureza e do ser de Deus que não esteja expressada em Jesus. Achamos nossa perfeição em Cristo (2:10). Nele está a circuncisão espiritual, o perdão e a nova vida (2:11-13). Quando morreu, Jesus tirou o poder das forças satânicas, ganhando sobre eles uma decisiva vitória (2:15). Jesus é a realidade à qual todas a leis, festas e símbolos do Velho Testamento apontavam (2:16-17). Todo o crescimento do corpo depende de Cristo, que é a cabeça (2:19). Qualquer busca da verdade, do entendimento, ou do crescimento espiritual fora de Cristo com certeza vai falhar.
O capítulo 3 continua a ressaltar a centralidade de Cristo: (Colossenses 3:1-4) “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória”.
Tendo sido ressuscitados com Cristo, ele tem que se tornar nossa verdadeira vida. Cada relação na família e dentro da sociedade depende do Senhor Jesus (3:18-4:1). De fato: “Cristo é tudo em todos” (3:11).
Cristo possui toda a autoridade. Para entender a verdade e evitar a confusão, temos que ter uma forte convicção da supremacia de Cristo (2:2). Tudo o que ele diz é absolutamente certo; tudo o mais é absolutamente inútil. Cristo é a vereda, a árvore, o edifício, a escola. Temos que caminhar nele, enraizarmo-nos nele, sermos edificados sobre ele e sermos ensinados por ele (2:6-7). Uma palavra do Senhor tem mais valor do que uma tonelada de idéias e opiniões dos homens.
Aplicações:
* Filosofias humanas:
(Colossenses 2:8). “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo”
Muito ensinamento religioso de hoje em dia tem sua origem na sabedoria, tradições e superstições dos homens, não em Cristo. A fascinação sedutora do entendimento e da pesquisa humana é um dos principais apelos de religiões tais como a maçonaria, a rosacruz e o espiritismo. Até mesmo as ênfases dentro das religiões “cristãs” sobre poderes especiais associados com vários objetos santos, peregrinações a santuários e preces poderosas recitadas são apelos às tradições e filosofias dos homens. Se não é o que Cristo revelou, então é sem valor. A proteção contra o engano é perceber que em Cristo está todo o conhecimento.
Muitos crentes dão “Super Poderes” ao diabo mas vejamos: (Colossenses 2:15) “E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.
Algumas igrejas esquecem a arrasadora vitória que Jesus teve sobre Satanás e suas forças, e terminam ressaltando o poder do diabo mais do que a grandeza de Cristo. Elas concebem fórmulas e meios humanos para tentar escapar da influência do diabo. Estes métodos parecem ajudar somente por curto tempo; o diabo continua retornando. Mas Cristo venceu Satanás. Que absurdo é para aqueles que receberam o benefício da vitória de Cristo, voltarem ao domínio daquelas forças que ele derrotou.
* Alguns ainda vivem na lei de Moises nas Leis do Velho Testamento:
(Colossenses 2:16-17) “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17).
Deus planejou as leis e as comemorações do Velho Testamento para serem sombras de Cristo. Agora temos a Cristo, que é a plenitude da divindade. Ele é a realidade. Retornar às sombras é tolice.
* Visões, anjos e revelações:
(Colossenses 2:18) “Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal”
Este versículo faz parte de uma carta escrita pelo apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos. Vamos analisar esse versículo em partes para entender melhor seu significado:
Contexto
Paulo escreveu essa carta para combater falsas doutrinas que estavam se infiltrando na igreja de Colossos. Esses ensinamentos falsos combinavam elementos do judaísmo, misticismo e filosofia grega, promovendo práticas que desviavam os cristãos da verdadeira fé em Cristo.
Análise do Versículo
“Ninguém se faça árbitro contra vós outros”
- “Ninguém”: Refere-se a qualquer pessoa ou grupo que tente influenciar os cristãos.
- “Se faça árbitro”: Assumir a posição de juiz ou regulador sobre a fé e práticas dos outros, impondo regras ou julgamentos.
“Pretextando humildade e culto dos anjos”
- “Pretextando humildade”: Fazendo uma falsa demonstração de humildade. Aqui, Paulo critica aqueles que se mostram humildes apenas externamente, mas que na verdade estão promovendo uma falsa espiritualidade.
- “Culto dos anjos”: A prática de adorar anjos em vez de adorar a Deus. Isso era uma parte do misticismo que se infiltrava na igreja, desviando o foco da adoração que deveria ser direcionada exclusivamente a Deus.
“Baseando-se em visões”
- As pessoas estavam reivindicando autoridade espiritual com base em experiências místicas ou visões. Paulo adverte que essas visões são uma base enganosa para a fé, especialmente se elas contradizem o evangelho de Cristo.
“Enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal”
- “Enfatuado”: Cheio de orgulho ou vaidade.
- “Sem motivo algum”: Sem razão válida ou fundamento legítimo.
- “Na sua mente carnal”: Guiado por pensamentos e desejos humanos, em vez de ser guiado pelo Espírito de Deus.
Interpretação
Paulo está alertando os cristãos de Colossos contra aqueles que tentam desviar a sua fé com práticas que parecem espirituais, mas que na verdade são baseadas em orgulho e pensamentos humanos. Ele está criticando a falsa humildade e a adoração de seres criados (como os anjos) em vez de adorar o Criador. Além disso, ele adverte contra confiar em experiências místicas pessoais como autoridade espiritual, pois essas podem ser enganosas e originadas da mente carnal, não do Espírito Santo.
Aplicação Prática
Para os cristãos de hoje, o versículo serve como um lembrete de que:
- A verdadeira humildade não é algo que deve ser ostentado, mas deve ser sincera e proveniente de um coração transformado por Cristo.
- A adoração deve ser direcionada exclusivamente a Deus e não a intermediários como anjos ou outros seres espirituais.
- Nossa fé e práticas devem ser baseadas na Palavra de Deus e na verdade do evangelho, e não em experiências místicas ou visões que podem ser enganosas.
Em resumo, Paulo exorta os crentes a manterem-se firmes na verdadeira fé em Cristo, evitando práticas e ensinamentos que desviem o foco da centralidade de Jesus e da simplicidade do evangelho.
* Preceitos extras:
(Colossenses 2:20-23) “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquilo outro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas cousas, com o uso, se destroem. Tais cousas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade”.
Paulo fala das tentativas para conseguir mais espiritualidade acrescentando preceitos e regulamentos humanos. Estas restrições ascéticas parecem ser sábias, mas são inúteis, porque se originam nos homens. As igrejas têm produzido centenas de preceitos, proibindo seus seguidores de participar de prazeres lícitos, na tentativa de evitar a contaminação pelo mundo. Frequentemente estes preceitos parecem razoáveis. Algumas pessoas fazem dos esportes o seu deus, então as igrejas condenam toda a participação no futebol. Muitos programas de televisão são sensuais e violentos, assim fazem um pecado ter um aparelho de televisão em casa. Algumas calças compridas são sensuais, então passam um preceito que a mulher não pode usar calça comprida nenhuma.
Algumas pessoas ressaltam exageradamente a aparência externa, por isso proíbem o uso de toda a pintura e joias. E a lista continua. O que está acontecendo? Em vez de estarem satisfeitos com a perfeição em Cristo, as pessoas estão tentando ser “melhores” do que o ensinamento de Jesus. Quando os fariseus tentaram a mesma abordagem, eles encontraram a contundente reprovação do Senhor (Marcos 7:1-13; Mateus 15:1- 23). O que as igrejas aprenderam é que é mais fácil fazer com que as pessoas obedeçam a uma lista de regras humanas externas do que experimentar a transformação espiritual interna que Cristo exige. Mas os preceitos humanos não agradam a Deus.
Conclusão:
Cristo é Tudo, em Todos
A confusão religiosa é causada por uma confiança nas filosofias e doutrinas humanas. O caminho para a verdade é Jesus e sua palavra. “Cristo é tudo em todos”. Tudo o mais é imitação barata.